Breve Histórico sobre a Hanseníase e Tuberculose
Dos tempos bíblicos ao período moderno, a hanseníase foi descrita como uma doença que causava horror por conta da aparência física do doente não tratado associado a vários estigmas.
Sabe-se que na época em que Jesus Cristo viveu, de acordo com citações bíblicas, haviam casos de Hanseníase. No Antigo Testamento encontram-se orientações sobre a doença, sinais para identificação e cuidados em relação aos doentes. Porém, não se pode comprovar que realmente era hanseníase, tendo em vista, que naquela época pudesse se tratar de qualquer outra doença dermatológica.
Quem as diagnosticava e tratava eram os sacerdotes, pois a doença era relacionada com o pecado, devendo ser combatida com sacrifícios, purificações e rituais.
Na Idade Média, foram encontrados poucos registros feitos em manuscritos por médicos da época. Foram relatados que o maior problema, com relação ao número de casos, localizava-se no Egito.
Entre 1098 e 1179 d.C., Santo Hildegardo, um abade alemão, foi o primeiro a escrever sobre as formas diferenciadas da Hanseníase e sobre a adoção de um tratamento sistemático para a doença. Suas anotações se referiam a um tipo de Hanseníase “rubra” (em indivíduos coléricos, com vícios de embriaguez e gula), uma “ulcerosa” e outra “alba” (mais comuns em libidinosos).
A Hanseníase assim como a peste e a guerra, era vista como um castigo de Deus pelas faltas e pecados dos homens. Além da deformidade física, a falta de informações sobre a doença e o medo da exclusão social contribuíram certamente para que fosse uma doença temida pelas populações medievais. Então, para se obter a cura, era preciso arrepender-se e regenerar-se diante de Deus e a maneira de fazê-lo era pela penitência e sofrimento.
O grande mérito de Hildegardo foi ter diferenciado a Hanseníase de outras patologias como a escabiose, descamações e ulcerações dermatológicas de outra etiologia, possibilitando, mais tarde, também o diagnóstico diferencial da doença em