O estatuto da filosofia da educação: especificidades e perplexidades
A filosofia é uma forma de conhecimento que, interpretando o mundo, cria uma concepção coerente e sistêmica que possibilita uma forma de ação efetiva. Esta forma de compreender o mundo tanto é condicionada pelo meio histórico, como também é seu condicionante. Ao mesmo tempo, pois, é uma interpretação do mundo e é uma força de ação. A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesma, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social. Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos que fundamentem e orientem os seus caminhos. A Filosofia fornece á educação uma reflexão sobre a sociedade na qual está situada, sobre o educando, o educador e para onde esses elementos podem caminhar. A Filosofia propõe questionar, a interpretação do mundo que temos, e procura buscar novos sentidos e novas interpretações de acordo com os novos anseios que possam ser detectados no seio da vida humana. Para alguns autores como Dewey (1936), a filosofia era uma teoria da educação, sendo educação, uma continua reconstrução da experiência pessoal e social, e à filosofia que compete assegurar a unidade e a coerência dos projetos educativos. Em Dewey, a expressão teoria geral é apenas uma explicitação da própria filosofia da educação e pretende reforçar. Antes de mais, a importância da filosofia na reconstrução dos processos educativos. Já Quintina Cabanas (1983) diz que a filosofia da educação é propriamente uma filosofia aplicada no sentido de que ela retoma e orienta os contributos, sobretudo, da antropologia da ética. Também uma filosofia especial, que se dedica à reflexão sobre a natureza interativa da educação. Kneller (1970) considera a filosofia da educação como uma aplicação da filosofia geral ao campo da educação. Para a filosofia da educação, a educação é uma questão antropológica, pois tem propósitos de decodificar e analisar valores e universos