o estado de mwenemutapa
1.1. Formação do Estado
Entre cerca de 1450 e 1550, o grande Zimbabwe foi abandonado pela maior parte dos seus habitantes e não são muito claro as razoes do seu abandono. Na sequencia da invasão da conquista do norte do planalto zimbabweano pelos exércitos de Mutota, ocorrida entre 1400-1450, desenvolveu-se entre os rios Mazue e Luia, o centro de um novo estado chefiado pela dinastia dos Mwenemutapa. O núcleo dirigente do grupo invasor, que deu origem a esta dinastia, constitui-se desde o inicio em aristocracia dominante recobrindo e subordinando “o stock” populacional pré-existente.
Os povos submetidos, como por exemplo os Tongas do vale do Zambeze não falavam a língua caranga-shona. O grosso dos efectivos do grupo invasor deu origem, no vale do Zambeze a uma nova etnia denominada pelos povos locais, Macorecore. O grupo dirigente era conhecido por Machinde (príncipes).
O núcleo central de Mwenemutapa, que a dinastia governava directamente entre os rios Mazue e Luia era circundado por uma cintura de estados vassalos cujo a aristocracia dominante constituída por parentes de Mwenemutapa, tinha tendência a rebelar-se quando o poder central enfraquecia. Entre os estados vassalos encontravam-se Sedanda, Quissanga, Quiteve, Manica, Barué, Muangue, além dos outros mais no interior. Os seus chefes pagavam tributo ao mwenemutapa reinante e era confirmado por este quando subia ao poder.
Os Mwenemutapa dominaram a sul do Zambeze até finais do século XVII, perdendo depois a sua posição em favor da dinastia dos Changamir, cujo papel não levante armado contra a colonização portuguesa. Contudo, o estado de Mwnemutapa sobreviveu no vale do Zambeze e no sudoeste de Tete até ao começo do século XX.
Nos seus traços mais gerais a sociedade Caranga-Shona (com a designação cobrimos todo o império). Caracterizava-se coabitação no seio de dois níveis socioeconómicos distintos: de um lado a comunidade rural relativamente autárquica é estruturada pelas