Emile durkheim
O Império Monomotapa (também grafado Mwenemutapa, Muenemutapa, ou ainda Monomatapa, que era o título do seu chefe) foi um império que floresceu entre os séculos XV (em 1440-1450)e XVIII na região sul do rio Zambeze, entre o planalto do Zimbabwe e o Oceano Índico, com extensões provavelmente até ao rio Limpopo. O território desse Império corresponde ao território dos atuais Moçambique e Zimbábue.
Este estado africano era extremamente poderoso, uma vez que controlava uma grande cadeia de minas e de metalurgia de ferro e ouro, cujos produtos eram muito procurados por mercadores doutras regiões do mundo.
É importante notar que, ao contrário dos soberanos de muitos reinos actuais ou recentes, os Mwenemutapas não formavam uma cadeia de descendentes - o sucessor de um Mwenemutapa falecido (ou deposto) era escolhido pelo conjunto dos seus conselheiros e dos chefes seus aliados, guiados por um ou mais "chefes espirituais" que interpretavam os "sinais" enviados pelos espíritos ancestrais da tribo.
Para além de esta ser uma região fértil e não estar afectada pela mosca tsé-tsé, permitindo a criação de gado, o que contribuiu para a estabilidade e crescimento das populações, as minas de ouro estavam principalmente localizadas no interior. Por essa razão, o domínio das rotas comerciais que constituíam o Zambeze, por um lado, e de Sofala, mais a sul, conferiu aos Mwenemutapas - era a aristocracia que controlava o comércio - uma grande riqueza.
Foi o ouro que determinou a fixação na costa do Oceano Índico, primeiro dos mercadores e colonos árabes oriundos da região do Golfo Pérsico, ainda no século XII, e depois dos portugueses, no dealbar do século XVI.
A chegada dos portugueses a Moçambique e o declínio do Império dos Mwenemutapas
Quando Vasco da Gama chegou pela primeira vez a Moçambique, em 1497, já existiam entrepostos comerciais e uma grande parte da população tinha aderido ao Islão.
Os mercadores portugueses, apoiados por exércitos