O dualismo antropológico cartesiano como base da educação física moderna
(O dualismo antropológico cartesiano como base da educação física moderna)
A forma como o corpo é entendido e definido atualmente é baseado nas doutrinas de Descartes nos Tempos Modernos. Além da Educação Física, suas ideias atingiram também as áreas pedagógicas e educacionais.
Nesse período, observam-se duas características marcantes: a redução dos sistemas superiores e mais complexos da realidade em níveis inferiores e a instituição de forma incisiva a noção de progresso, no qual a humanidade deveria ter o objetivo de avançar sempre.
Os precursores desta fase foram Francis Bacon, Galileu Galilei, René Descartes e Isaac Newton. Dentre estes pensadores, Descartes foi quem mais marcou o período de passagem do Renascimento para a Idade Moderna, o que lhe trouxe a designação de Fundador da Filosofia Moderna.
Descartes desconfiava de tudo e considerava que o conhecimento existente era provisoriamente falso, além de ter assimilado o conhecimento de sua época, da escolástica e da cultura greco-latina. Sua intenção era aplicar o método matemático à reflexão filosófica utilizando a razão.
Tem-se então nesse período a concepção de corpo como dualista radical, na qual corpo e alma são concebidos como substâncias diferentes e independentes na qual aquele é o pensamento ou a alma (res cogitans), enquanto esta é a extensão ou a matéria (res extensa), apesar de acreditar que existia a comunicação entre corpo e alma que se dava pela glândula pineal do cérebro.
A doutrina de Descartes foi que sustentou o argumento do funcionamento do corpo, agora separado do espírito e entendido como uma estrutura maquinal fundamentada no mecanicismo que dominou a física cartesiana.
Essa ideia dualista radical provocou uma ruptura no trajeto histórico no que se refere à concepção de corpo. Tal fato possibilitou os estudos científicos do mesmo de forma independente à alma, liberta dos dogmas cristãos.