o domínio britânico sobre a índia
“Os invasores ingleses quebraram os ofícios de tecelagem dos indianos e destruíram suas rocas. A Inglaterra começou por excluir os tecidos de algodão indianos do mercado europeu, depois ela se pôs a exportar para o Hindustão o fio e enfim inundou de tecidos de algodão a pátria dos tecidos de algodão”, destaca Marx em seu trabalho acerca da dominação inglesa sobre a Índia
KARL MARX
Recentemente, o presidente Chávez, sem dúvida um dos maiores líderes populares do mundo atual (e, por isso mesmo, contestado por toda sorte de charlatães que se dizem marxistas), após manifestar seu respeito pela figura e pela obra de Karl Marx, expressou algumas reservas em relação ao marxismo e à posição de Marx, que, segundo Chávez, “enganado e manipulado, chegou a aprovar a invasão dos EUA ao México e da Inglaterra à Índia”. É natural que os homens, que não são perfeitos, cometam, às vezes, equívocos. Como o presidente Chávez é figura por quem temos particular respeito, resolvemos elucidar a questão.
Quanto ao México, quem citou a invasão dos EUA foi Engels, em 1849, na polêmica com Bakunin. Na época, não era ainda claro o papel dos EUA – mas esse não é o assunto de Engels, e sim demonstrar que, ao contrário do que Bakunin pregava, a História das nações não era guiada por conceitos éticos, por mais belos que eles soassem. Isso, evidentemente, só será possível em outro estágio da Humanidade.
Quanto à invasão da Índia pela Inglaterra, Marx publicou três artigos no jornal norte-americano New York Daily Tribune, em 1853. Marx denuncia com sua costumeira eloqüência o circo monstruoso de horrores dessa dominação. Apenas, nota que ela, ao destruir a base econômica do milenar atraso hindu – ainda que em benefício do despotismo europeu – escancara a necessidade de uma nova Índia, livre das cadeias arcaicas onde antes vegetava, e também livre da opressão estrangeira.
Para maior esclarecimento da questão, condensamos nesta página os dois artigos