O dominio das palavras
Eloi Zanetti – Revista Amanhã
Uma das maiores dificuldades da comunicação interna nas empresas é decorrente da falta de verbalização que acomete alguns profissionais quando precisam explicar idéias, conceitos e projetos. Muitos são ótimos no domínio técnico das suas matérias, mas péssimos na hora de explicá-las porque lhes falta maior vocabulário.
Observamos excelentes engenheiros, bons administradores e ótimos médicos que, na hora de passar o conteúdo que conhecem, travam. É fácil identifica-los, pois eles tentam explicar o que precisam “tatibitateando” em busca de palavras que não existem dentro de si. Os reflexos são claros : olham para cima remexendo os olhos, repetindo palavras e frases sem conexão numa sucessão de pensamentos desarticulados. “Eu sei que sei, mas não sei explicar, porque me fogem as palavras”, costumam dizer quando necessitam esclarecer algo, principalmente em público.
A carência de um bom vocabulário provoca a estagnação de carreiras promissoras. Para os cargos de maior relevância é preciso ir além do conhecimento da técnica. Para ser líder é preciso saber se exprimir com clareza e de maneira lógica. Além de dominar a arte de criar e contar histórias com o objetivo de indicar propósitos e fornecer senso de direção e pertencimento aos seus comandados.
Se você não nasceu com essas características, o hábito da boa leitura pode ajudá-lo. O domínio de um bom vocabulário é construído por meio de muita leitura e ao longo do tempo. Mas como o executivo médio brasileiro lê muito pouco, cerca de dois livros por ano, a comunicação se tornou um dos maiores problemas dentro das empresas. É um dado alarmante para um país que se diz globalizado.
As maiores desculpas para a não-leitura é a falta de tempo e o “eu não gosto de ler”. O remédio é começar devagar, escolhendo livros fáceis de serem digeridos. Leve-os consigo aonde for, leia no ônibus, nas salas de espera e no banheiro, o melhor lugar para uma leitura