O discurso homofóbico nas Forças Armadas
Mestrado em Estudos da Linguagem
Introdução à linguística aplicada
Aluna: Flávia Costa
Para Ricardo (in memoriam), que me ensinou a entender e aceitar as diferenças através do amor.
"Falar ou escrever é ativar sentidos e representações já sedimentados que sejam relevantes num determinado modelo de realidade e para um fim específico; é, antes de tudo, agir, atuar socialmente; é, nas mais diferentes oportunidades, realizar atos convencionalmente definidos, tipificados pelos grupos sociais, atos normalizados, estabilizados em gêneros, com feição própria e definida. É uma forma a mais de, tipicamente, externar intenções, de praticar ações, de intervir socialmente, de "fazer", afinal."
Irandé Antunes
Introdução
Esse trabalho pretende analisar discursos homofóbicos que circulam no Exército
Brasileiro a partir da narrativa de três Tenentes-Coronéis recém-formados na Escola de
Comando e Estados Maior do Exército, que serão futuros comandantes de Organizações
Militares ocupando posições superiores dentro da hierarquia militar. Também serão apresentados alguns comentários feitos por usuários (civis e militares) da Internet a respeito um artigo sobre aceitação de relacionamento homoafetivos nas Forças Armadas.
Com base na teoria de que a linguagem é performativa; é uma ação social e interfere diretamente na identidade social que construímos a respeito de nós mesmos, esse trabalho visa problematizar a visão homofóbica presente nos contextos militares.
O linguista aplicado pós-moderno que entende o fazer científico como sendo um fazer político, precisa estar implicado com as questões sociais (Moita Lopes; 2006) e, nesse sentido, a ética é um dos principais pilares dessa prática. Assim, não há como fechar os olhos para situações complexas e negligenciá-las. É necessário criar espaço para a problematização de discursos que marginalizam aqueles que não se