O DIALÓGO ENTRE AS CULTURAS
Com a Razão, advinda do Iluminismo, surgiu a idéia de que o homem, por meio da racionalidade, conseguiria chegar a uma conclusão do certo e do errado. Com isso, surgiram as primeiras idéias de universalidade. Os conceitos e as idéias poderiam ser universais, porque bastaria a racionalidade humana para se chegar ao melhor caminho.
Quando se aplica o universal nas já existentes sociedades multiculturais, precisa-se questionar se há possibilidade de aplicar conceitos universais. Como seria o respeito à cultura e à identidade de cada sociedade, se houvesse uma tentativa de tornar os conceitos universais. Assim, talvez o termo “universal” da Declaração de Direitos Humanos não seja um termo tão preciso, uma vez que carregado de tentativa de imposição de conceitos.
Kant não considera o homem dentro exclusivamente de sua cultura. Para ele, para saber se conceito moral é universal, basta aplicá-lo à natureza.
A armadilha que se pode cair em busca de conceito universal é que ele só pode existir se você abstrair casos, se você pensar no geral, filosoficamente. Ocorre que, ao abstrair a esse ponto, corre-se o risco de ficar-se apenas na teoria e se perder a prática, não conseguir se aplicar o conceito ao caso real. O universal se opõe ao individual.
Universal, portanto, é aquilo que vale para todos, é UM VERSO, parte-se desse conceito único. Já o informe pressupõe uma fabricação, um processo de uniformização. É mercadologicamente conveniente que se uniformalize condutas, meios de vida. Por isso se observa uma uniformidade: de roupas, restaurantes, lojas, prédios, carros, estradas. O mundo se torna uniforme, independentemente dos conceitos e das culturas. Apesar das individualidades e das diferenças culturais, percebe-se um padrão, um uniforme.
Assim, o contrário de universal é o individual; e o contrário de uniforme é a diferenciação. Talvez nós só consigamos estudar, ler, conviver com aquele ou aquilo que nos é semelhante, porque o