Toc na Infancia
ADOLESCÊNCIA
(Capítulo 20 do livro “TOC” 2a Edição: Artmed, 2014).
Cristiane Flôres Bortoncello, Juliana Braga Gomes, Daniela T. Braga, Luciano
Isolan, Aristides Volpato Cordioli
OBJETIVOS
Após a leitura do presente capítulo o leitor deve ser capaz de:
•
Identificar as manifestações do TOC em crianças e adolescentes;
•
Realizar a avaliação da criança e dos adolescentes com TOC;
•
Avaliar a gravidade dos sintomas, a interferência nas rotinas do
paciente e da família;
•
Estabelecer o diagnóstico do TOC em crianças e adolescentes e fazer
o diferencial com outros transtornos que apresentam sintomas semelhantes;
•
Avaliar a participação da família nos sintomas do paciente;
•
Conhecer o uso de medicamentos no TOC na infância e na
adolescência;
•
Avaliar os fatores associados à resposta ao tratamento farmacológico e
em especial à TCC;
•
Conhecer as técnicas comportamentais e cognitivas utilizadas no
tratamento do TOC em crianças e adolescentes.
INTRODUÇÃO
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é muito comum na infância e, sobretudo na adolescência, pela simples razão de que na maioria das vezes inicia nessas faixas etárias, eventualmente muito cedo, antes mesmo dos dois anos de idade. Se o TOC pode ter um impacto profundo na vida de pessoas adultas e de sua família, esse impacto pode ser ainda maior numa criança em pleno desenvolvimento e ainda mais em períodos críticos como a
adolescência. As rotinas diárias na hora de comer, vestir, dormir, ir para escola, participar de esportes e atividades, fazer os deveres de casa e até mesmo atividades prazerosas como brincar com outras crianças, podem ser marcadamente alteradas pela doença. As próprias crianças com TOC percebem seu comportamento como estranho e diferente do comportamento dos seus pares, sentem vergonha, e muitas vezes precisam disfarçar ou esconder-se para executar seus rituais