O desaparecimento da infância

POSTMAN, Neil. O meio que encara tudo. O Desaparecimento da Infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999 p.95-111

Resumo:
Em 'O desaparecimento da infância', o Postman nos mostra que, com a televisão, a hierarquia da informação desmorona, e, conseqüentemente, desmoronam também as diferenças entre adultos e crianças. As imagens da televisão estão disponíveis para todos, independentemente das idades. Para o autor, o ponto essencial que contribui para o “desaparecimento da infância” está localizado no fato de que a TV apresenta informação de uma forma indiferenciada em sua acessibilidade, com a televisão veio o bombardeio das imagens e o descontrole do conteúdo o que significa que ela não precisa fazer distinção entre as categorias 'criança' e 'adulto'. Segundo Postman, a informação emitida por meio da televisão por um lado amadurece prematuramente as crianças transformando-as em adultos pequenos, e por outro, induz nos adultos comportamentos infantis - o apelo da tv é sempre pelo "show" e pelo emocional, mesmo em noticiários, programas educativos ou documentários transmitidos pelas emissoras não comerciais. Postman enxerga na televisão a base histórica de uma linha divisória entre a infância e a idade adulta, uma vez que, ao contrário dos livros, não há hierarquia de compreensão; a imagem é para todos. Vale destacar que o autor diz que não apenas a forma simbólica da televisão, mas também a física, não se presta à exclusividade.

Citações:
“Isto significa mais do que dizer que a “inocência” da infância está perdida, uma frase que tende a indicar unicamente uma diminuição do encanto da infância” (p.99)

“Os meios de comunicação fazem a distinção entre grupos etários parecerem odiosas e assim são hostis a idéia de uma ordem social hierárquica” (p.102)

“Parece que estamos retornando as condições do século quatorze quando nenhuma palavra era considerada imprópria para os ouvidos de um jovem” (p.103)

“Em resumo não nos resta nenhuma criança” (p.104)

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