O decrescimento para todos?

Adriana Maria dos Santos
Resumo
O decrescimento para todos?
Inicialmente Gilbert Rist traz a abordagem de que houve um tempo em que todos os países queriam promover o desenvolvimento a todo custo. Um desenvolvimento baseado no capitalismo e industrialização, sem preocupação com a continuação dos recursos naturais. Então neste contexto, Rist questiona: Todos os países não teriam direito de fazer com que tenham acesso ao conforto de vida e suas possibilidades de consumo? Esse era o pensamento inicial sobre desenvolvimento até surgir novas teorias que mostravam que os países tidos como desenvolvidos se tornariam “ricos” por ter explorado os “pobres”, dependentes de um sistema injusto, que era preciso modificar para restaurar um equilíbrio pervertido: ao se desenvolver, não teriam contribuído a criar o subdesenvolvimento e enfraquecer as chances dos países ainda não inseridos neste sistema, seguirem o caminho que tinham traçado? Qual foi o verdadeiro benefício, para nós, de ter entrado no jogo do crescimento econômico, quando substituímos o cuidado dos avôs com seus netos por creches? Quando pagamos desempregados para levar o cachorro para passear? Quando privatizamos praias, antes acessíveis para todos? Quando formamos – nas universidades – estudantes que sabem “se vender” para seus futuros empregadores? Que benefícios são esses? Não seria mais, efeito da mutação social ocasionada pela obrigação de desenvolvimento, baseado apenas no capitalismo? É claro que com esse desenvolvimento, uns sempre lucram muito mais que e sobre os outros. Mas uma pergunta importante é: Mas o que perdemos coletivamente? Com esse pensamento mais preocupado com o humano e o natural, mas sem querer parar o desenvolvimento dos países, surge em 1987 à comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento que lançou a noção de “desenvolvimento sustentável” e a preservação do meio ambiente. Essa nova ideia tornou-se um novo e atrativo slogan que atraia tanto os dirigentes dos países do Sul