Pequeno tratado do decrescimento sereno – Serge Latouche
Neste Pequeno Tratado do Decrescimento Sereno o autor expõe seu projecto de uma sociedade do decrescimento e descreve como se deveria realizar essa transição nas sociedades consumistas, evitando, deste modo, uma catástrofe ecológica e humana, pois os recursos do planeta não são inesgotáveis. Para Serge Latouche, o decrescimento é uma 'utopia concreta': não podemos continuar a perseguir infinitamente o crescimento, a economia e o progresso económico, quando o nosso planeta se encontra em declínio – é preciso um modelo alternativo, uma filosofia e um modo de vida gradual e serenamente decrescente.
Nas suas duas primeiras duas partes o livro apresenta os argumentos que sustentam a tese: “O crescimento infinito é incompatível com um mundo finito” e que “estamos a bordo de um bólido sem piloto, sem marcha a ré e sem freio, que vai se arrebentar contra os limites do planeta”. A terceira parte se constitui um programa político para o decrescimento.
Na sua proposta “subversiva”, Latouche confronta até os ecologistas do “crescimento sustentável”. Para ele, “o desenvolvimento é uma palavra tóxica, qualquer que seja o adjetivo com que a vistam”. No mesmo saco, ele põe partidos de esquerda: “O capitalismo e socialismo produtivista são variantes de um mesmo projeto de crescimento”.
Com dados do instituto californiano Redifining Progress e do World Wide Found (WWF), mostra que a humanidade consome quase 30% a mais da capacidade de regeneração da biosfera”, e que se o padrão de consumo da humanidade fosse igual a dos americanos, seria preciso seis outros planetas terra para sustentá-lo.
Para Latouche, “quase todo mundo” concorda que se chegou a uma encruzilhada, “mas ninguém ousa dar o primeiro passo”, para falar sobre a necessidade do decrescimento.
Ao contrário do que se possa pensar, Latouche afirma que reduzir não significa regredir. Com o decrescimento – e a distribuição mais equitativa dos recursos –, diz