O Cristo Mediador na Confissão de Fé de Westminster
Colossenses 1:16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
O presente texto é uma exposição da doutrina Reformada da Mediação, à luz da Confissão de Fé de Westminster (CFW). Não obstante a clareza com que a Confissão trata o assunto, procuramos mostrar em forma de comentário os amplos aspectos a que se liga essa doutrina central da fé cristã. Entendemos que a Mediação de Cristo não é algo que deva ser subestimado no trato de qualquer assunto que seja, pois ela é a coluna central do edifício do mundo. Quando as Escrituras se referem ao SENHOR Jesus Cristo como enchendo todas as coisas 1, essa é uma afirmação que se deve tomar muito a sério, pois não há nada na criação que não tenha a mediação de Cristo, nenhum assunto está ausente de Cristo, nenhum assunto é superior a Cristo, nenhuma criatura veio à existência sem o poder de Cristo e nenhuma criatura vive sem ele.
A CFW trata da Mediação de Cristo no seu capítulo VIII, cujo item I assim declara: “Aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado” 2.
O eterno propósito a que se refere a CFW nos remete a um “tempo” anterior ao tempo, aos tempos eternos, quando da realização do Conselho Eterno 3. Ali foi decidido pela Trindade Santíssima a Criação, a Providência e o Governo de todas as coisas, a Permissão para a Queda em Pecado e a Redenção de todas as coisas. O Decreto divino que permitiu a queda em pecado exigiu uma Aliança especial entre o Pai