O CRIME DO PADRE AMARO
Primeiro grande romance de Eça de Queirós “O Crime do Padre Amaro” tem por alvo a crítica à sociedade portuguesa por meio da análise de duas constantes: o anticlericalismo e o provincianismo. Essa obra tornou-se o marco do Naturalismo na Literatura Portuguesa e, como naturalista, o escritor defende a ideia de que o homem é fruto do meio em que vive da origem hereditária que carrega e do momento histórico em que vive.
O protagonista Amaro Vieira, filho de criada e que após a morte dos pais foi adotado pela rica marquesa de Alegros. Tem sua educação voltada para o sacerdócio, embora não apresentasse vocação alguma para exercê-lo. Depois de ordenado, é nomeado pároco da pequena vila de Leiria e lá encontra Amélia, filha de Senhora Joaneira, concubina do cônego Dias. Convivendo em um ambiente amoral, entre carolas e padres corrompidos, Amélia facilmente se deixa seduzir pelo padre Amaro.
Eça de Queirós, critica tanto o meio eclesiástico quanto no círculo de "amizades" e "devotas" que rodeia os padres. Todos os personagens são apresentados de forma sarcástica, irônica e crítica, sendo raras as exceções. As críticas de Eça de Queirós são dirigidas não só ao provincianismo de Leiria, mas também Portugal.
Eça de Queirós
José Maria de Eça de Queirós nasceu em novembro de 1845, numa casa da Praça do Almada na Póvoa de Varzim. Filho de José Maria Teixeira de Queirós, e de Carolina Augusta Pereira Eça. Eça de Queirós foi batizado como filho natural de José Maria de Almeida de Teixeira. Foi internado no Colégio da Lapa, no Porto, de onde saiu em 1861, com dezesseis anos, para a Universidade de Coimbra, onde estudou Direito. Em Coimbra, Eça foi amigo de Antero de Quental. Os seus primeiros trabalhos, publicados avulso na revista "Gazeta de Portugal", foram depois