O crime do Padre Amaro análise capítulo V
Curso: Letras; Fase: 06
Texto Dissertativo/Argumentativo sobre o livro o Padre Amaro (Capítulo V)
Podemos mostrar a característica naturalista na obra de Eça de Queirós inicialmente pelo seu narrador: terceira pessoa e onisciente. Esse bifrontismo entre realismo e naturalismo é marcado pelas atitudes dos personagens em pensar e muitas vezes agirem de forma natural, libertando seus desejos e paixões. Também encontra-se na obra a forte ironia contra o clero e burguesia: [...]a madre rodeira, preguiçosa e pacata, com uma pronúncia minhota[...]p.28; [...] A mãe tinha na sala de jantar, ao canto, um velho piano, coberto com pano verde[...]p.29. Estas citações apenas comprovam que a ironia ajuda na formulação dessas críticas bem visíveis nas obras do autor.
O capítulo em suma, critica esse clero e burguesia com adjetivos pesados [...]preguiçosa e pacata[...] e o narrador procura por meio dessa onisciência resgatar a imoralidade e deslealdade de ambos. Quanto a hipocrisia da média burguesia, está claro que no trecho citado anteriormente sobre o piano, o autor enfatiza o modo que a burguesia é apenas um status, uma mera futilidade. [...] Amélia tornara-se a “sua rica amiguinha”[...]p.29. O termo entre aspas só torna mais evidente a crítica que ele tanto deseja transmitir.
Sendo assim, mesmo com a posição rude do clero e burguesia naquela época, o autor foi brilhante em sua crítica e ironia com a sociedade daquela época, sendo também como uma maneira de avisar as senhoras burguesas para não cometer o mesmo sacrilégio, nesse lado o autor acabe sendo irônico com ele mesmo por seu machismo mascarado. É como uma doutrina de bons modos, mostrando a personagem Amélia como um exemplo.