resumo do livro
Por outro lado, o realismo é uma reação contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento; o realismo é a anatomia do carácter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos para condenar o que houve de mau na nossa sociedade."
Excerto da 4ª Conferência do Casino, de Eça de Queirós, 1871
O romance “O crime do padre Amaro”, publicado pela primeira vez em 1875, pertence à segunda fase de Eça de Queirós, marcada pelo Realismo-Naturalismo, caracterizada por uma ironia corrosiva, crítica, por uma mordacidade penetrante. O olhar devastador que ele lança sobre a vida provinciana, sobre o clero corrupto, que manipulam a população em favor da elite e a questão do celibato clerical é impiedoso.
Essa obra tornou-se o marco do Realismo-Naturalismo na Literatura Portuguesa e, defende a ideia de que o homem é fruto do meio em que vive, da origem hereditária que carrega e do momento histórico em que vive. Esse determinismo é responsável pelo amoldamento do caráter do homem e é nesse contexto que se insere o protagonista Amaro Vieira, filho de criada e que após a morte dos pais foi adotado pela rica marquesa de Alegros. Tem sua educação voltada para o sacerdócio, embora não apresentasse vocação alguma para exercê-lo. Após ordenado, é nomeado pároco da pequena vila de Leiria e lá encontra Amélia, filha de Sá Joaneira, concubina do cônego Dias. Convivendo em um ambiente amoral, entre carolas e padres corrompidos, Amélia facilmente se deixa seduzir pelo padre Amaro.
II – NARRADOR:
A narrativa é em terceira pessoa e o narrador tem onisciência, ou seja, conta a história com conhecimento dos pensamentos e das ações dos personagens. Isso