O crescimento das cidades brasileiras
“Um Exame dos Padrões de Crescimento das Cidades Brasileiras”, desenvolvimento conjuntamente pelos economistas do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e do Banco Mundial Daniel da Mata, Uwe Deichmann, J. Vernon Henderson, Somik V. Lall e Hyoung G. Wang, e divulgado em janeiro de 2006.
Segundo este estudo, nos últimos 30 anos o Brasil acomodou sua crescente população tanto com o crescimento das cidades já existentes quanto com o surgimento de novas.
Mais de 80% da população do país vive em áreas urbanas, contra um valor de 56% em 1970. De acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), a totalidade do crescimento populacional, que ocorrerá nas próximas três décadas, será nas cidades, quando a taxa de urbanização esperada excederá 90%.
Existem vários mitos sobre o crescimento das cidades brasileiras. Um dos mais fortes é o de que cidades como São Paulo, Rio e Belo Horizonte crescem por conta da migração de nordestinos. Esse mito tem origem no preconceito e ajuda a reforçá-lo – no Rio de Janeiro, por exemplo, os imigrantes são chamados de “paraíbas” e, em São Paulo, de “baianos”. Desde pelo menos a década de 1990, os dados do censo vêm mostrando que esse mito não corresponde bem à verdade.
O número de pessoas que migram para outras regiões caiu de cerca de 800 mil, entre 1995 e 2000, para 97 mil entre 1999 e 2004. Essa tendência foi ainda mais reforçada no último período. Além disso, o destino dessas pessoas há muito tempo deixou de ser as grandes cidades do Sudeste. Os pólos de migração do país hoje – na verdade, há mais de 10 anos – localizam-se, principalmente, na região de expansão da fronteira agrícola, em estados como Mato Grosso, Goiás, Amazonas e Amapá. Uma novidade mais recente é que também os estados do Espírito Santo, Santa Catarina e Rio Grande Norte também vêm atraindo população no último período.
Outro mito que costuma aparecer na imprensa quando o IBGE divulga dados de