Cidades Brasileiras, crescimento e desigualdades
CIDADES BRASILEIRAS, CRESCIMENTO E DESIGUALDADE SOCIAL
BRAZILlAN TOWNS, GROWTH AND SOCIAL INEQUALlTIES
Edemir de CARVALH01
RESlJMO: a urbanização no Brasil, desde os anos 1950, tem apresentado índices surpreendentes, pois, até os anos 40, a população urbana brasileira era apenas 37% do total, enquanto que nos anos 90 ela se aproxima dos 80%. O crescimento das cidades médias, em detrimento do crescimento das metrópoles, não trouxe nenhuma melhor condição de vida para as populações urbanas. O que é pior, a distribuição de renda piorou em todos os níveis de aglomerações urbanas. O fato a ser observado é a piora das condições gerais de reprodução da força de trabalho, ou seja, o trabalhador tem enfrentado uma vida mais cara em todas as cidades, a despeito do aumento do PIB, em todas elas.
PALAVRAS-CHAVE: cidades; urbanização; metropolização; desigualdades sociais; renda.
As cidades médias brasileiras, nos últimos 20 anos, têm apresentado um dinamismo diferenciado, tanto no que se refere ao seu crescimento anterior, quanto à sua diversificação social e econômica, transformando radicalmente a sua importância em relação às grandes questões sociais brasileiras. Acrescentese o fato de que estas cidades conformaram uma nova distribuição espacial e socioeconômica da população, com implicações diretas nas políticas públicas e, principalmente, nos investimentos de toda ordem.
Essa inédita característica da urbanização brasileira não é somente um processo endógeno e peculiar ao Brasil, pois, a maioria dos países latinoamericanos, a exemplo da Argentina, Chile, Peru e Colômbia apresentou, nestes últimos vinte anos, fenômenos de crescimento das cidades médias, similares ao processo brasileiro, ou seja, a taxa de urbanização está entre 70 e 80%, considerando as taxas nacionais.
A urbanização brasileira, a partir do último quarto do século XIX, permite identificar claramente pelo menos três