Cidade e desigualdade
Apresentação
O presente texto tem por objetivo caracterizar sumariamente a relação entre a cidade e a desigualdade social no Brasil, contribuindo para uma melhor compreensão dos professores do Ensino Médio de sociologia da problemática urbana brasileira.
Breve introdução ao tema
Como ponto de partida para uma breve caracterização cabe observar que a desigualdade social, de renda e poder se expressa no cotidiano das cidades brasileiras. Condição esta observada tanto quando comparamos uma cidade em relação à outra (visto que dos 5.561 municípios existentes em apenas 224 cidades concentram 60% de toda população urbana) quanto observamos os seus territórios intraurbanos (bairros, vilas, distritos). É ponto de destaque na história da constituição das cidades brasileiras a ausência de planejamento urbano e o favorecimento de interesses das elites. Assim, nas cidades se produz e reproduz as desigualdades sociais, através de um intenso processo de precarização das condições de vida, favorecimento de grupos dominantes, presença de violência e fragilização dos vínculos sociais. Todavia, antes de começarmos a refletir sobre o tema devemos pensar nas seguintes indagações: o que é de fato cidade? E como definir este espaço urbano complexo tão diverso? É interessante observar que não existe um padrão universal que defina cidade. É um critério que varia de um país para outro de um autor para outro. Segundo a definição política-administrativa cada nação adota um padrão quantitativo diferente para caracterizar o que é cidade. Enquanto no Brasil uma cidade é definida pelo perímetro urbano das sedes municipais, na Suécia uma comunidade urbana com 200 habitantes pode ser considerada uma cidade. Já, para a Organização das Nações Unidas (ONU) para um aglomerado ser uma cidade deve possuir no mínimo de 10 mil habitantes. Além dos padrões demográficos e políticos-administrativos alguns países utilizam também critérios funcionais para