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A cidade de São Paulo passou de pequena vila sem grande importância econômica no começo da colonização portuguesa para a cidade que abrigou os grandes barões do café a partir do século 19 e início do 20, concentrando indústrias, e tornando-se atrativa do ponto de vista da mão de obra em meados do século 20, se transformando, finalmente, em metrópole global, o polo financeiro do país e importante prestadora de serviços.
Por um lado, esse crescimento permitiu que São Paulo se tornasse a 4ª maior metrópole do mundo, com uma gama incrível de serviços, museus, hospitais e educação de ponta para os mais ricos moradores das regiões mais valorizadas da cidade. Por outro, esse crescimento não se estendeu e não resolveu o problema de milhões de trabalhadores e trabalhadoras que são obrigados a passar horas no trânsito, em ônibus e metrô lotados, para chegar ao trabalho ou voltar para suas casas. Pessoas que, em sua maioria, moram em favelas, em habitações precárias, próximas a áreas de risco ou de proteção ambiental, onde não têm acesso a equipamentos públicos de qualidade como hospitais, creches e escolas públicas. São Paulo é hoje uma cidade cindida em duas.
Para a professora da USP, Ermínia Maricato, essa realidade remonta as estruturas da formação econômica brasileira, que nunca foram realmente superadas. “A desigualdade não é algo que nós podemos dizer que começou em São Paulo, ou que é próprio da cidade. É próprio da sociedade brasileira, que mesmo no capitalismo periférico é muito desigual. Nossas mudanças nunca romperam com o que tem de atrasado na nossa história. Então essas características se mantiveram, e se mantém até hoje. Durante o desenvolvimentismo havia esperança de superar essas características, de que a