O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e o amante
Jefferson Domingos de Assunção
O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e o amante
Ensaio apresentado como requisito de avaliação do curso de Comunicação Social com Habilitação em Cinema e Vídeo do
Centro Universitário UNA para aprovação na disciplina Fotografia e iluminação.
Professor
Cânfora
Belo Horizonte
2009
Orientador:
Sânzio
Dolabela
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O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e o amante
“A única arte que me ensinou algo foi a pintura.
Eu penso que ela é a arte suprema.”
(Peter Greenaway)
O cinema do cineasta galês Peter Greenaway é marcado por infinitas referências à pintura e à literatura, principalmente um de seus períodos preferidos: o Barroco, período que vai de por volta de 1580 a 1756. Isso se explica pelo fato de, antes de ser realizador, Greenaway ter formação na pintura. Garcia (2000, p. 74) sintetiza isso:
A expressão estética deste diretor constrói uma singularidade autoral, demonstrando sua opção por um cinema de referências, isto é, um certo tipo de obra de arte contemporânea marcada pelas citações da história da arte e recriada a partir de sua contextualização paródica (GARCIA,
2000, p.74).
Enquanto estudava no Walthamstow College of Art, na Inglaterra, Greenaway realizou seu primeiro curta-metragem, Death of sentiment (de 1962). Em 1965, Peter entrou para o Central Office of Information, onde trabalhou por quinze anos como montador e diretor, realizando curtas e médias-metragens experimentais. Seu interesse por cinema sempre foi demonstrado pela afeição por cineastas como Ingmar Bergman,
Jean-Luc Godard e, principalmente, Alain Resnais. Isso pode ser atestado pelo próprio
Greenaway (1993, p.11), pois segundo o mesmo, “o cinema não passa de uma base desdobrada” na qual se acresce a escrita, a luz, a estética e a linguagem. Na década de 1980, ele começou a realizar longas-metragens, como O contrato do amor (The draughtsman’s contract, de 1982) e Afogando em números (Drowning