O cotidiano de Moçambique pós independência.
"A medida que se caminha para o final da década de 70, a situação interna vai se tornando cada vez mais difícil."
"O circuito comercial desorganiza-se após a independência." (p. 82)
Depois de 10 anos de luta armada, Moçambique se vê em nova situação: independente. Acontecia, porém que, ao buscar um projeto econômico independente da Índia e do Paquistão (antigos detentores da comercialização anterior) criam as 'lojas do Estado', a peito do Estado responsabilizar-se pelo abastecimento da cidade: obviamente, não deu certo; o Estado percebeu que não conseguiria gerir lojas também; existia paralelamente, na 'lembrança da cidade' um sistema de comercialização privada, que, 'mal ou bem, funcionava'. Criou-se então as cooperativas de consumo, propostas pelo novo governo já com uma estrutura estabelecida,e, só geriria a cooperativa quem fosse alfabetizado, o que não correspondia equivalentemente à realidade da população, gerando fortes competições para o cargo de diretoria. Essas cooperativas, porém, de alguma forma precisariam ser abastecidas, o que se tornava cada dia mais difícil visto a dificuldade dos produtos para a cidade, as ameaças da viação sul-africana, a falta de abastecimento para os transportes que rodavam cada vez menos, etc., etc.
O Estado, mediante condições desesperadoras, tentava desenvolver programas correspondentes às necessidades efetivas da população. Na área da saúde, por exemplo, 'privilegiou-se o fator preventivo': expandiu a vacinação, os medicamentos estavam à disposição gratuitamente dos necessitados, assim como as consultas e internações.
'... pela primeira vez o moçambicano teve acesso à saúde e não só a doença'.
Irene Loewenstein cita, a respeito da saúde, uma experiência pessoal voltada para um médico sanitarista que desenvolve um projeto com as parteiras tradicionais, fundindo as novas experiências hospitalares às experiências tradicionais, integrando à elas noções de higiene e nutrição e absorvendo