O cortiço
O autor começa narrando um contraste que chama muita atenção: de um lado esta o cortiço de João Romão, do outro lado o sobrado de Miranda. Esse contraste simplifica a luta das classes. O “pobre” querendo ser rico, e o rico não querendo ser pobre. Graças à esperteza do português Joao Romão o cortiço ia se espalhando.
O cortiço de João Romão ganha um concorrente o Cabeça de Gato, mas o cortiço se organiza racionalmente e evolui inclinando-se as tendências aristocráticas, enquanto que o Cabeça de Gato é derrotado e entra em decadência. O romance, esta cheio de personagens das diversas classes sociais brasileiras do século XIX. Temos a presença marcante dos portugueses como o Joao Romão, Miranda e Jeronimo. Jeronimo era um trabalhador braçal, muito explorado por sinal. Vemos também a Bertoleza uma escrava ingênua que é iludida e enganada por João Romão. Existe ainda Rita Baiana, mulata que seduz o Jeronimo, graças à sensualidade de sua dança. Além desses existem ainda varias figuras do povo: como as lavadeiras, os malandros, os caixeiros. Cremos também que o cortiço, não é apenas o local onde se desenrola o romance, mas ele próprio é um personagem coletivo, que estar presente nas paginas do livro, a formula envolvente usada pelo autor de usar o cortiço como personagem ativo foi bem sucedido. O autor focaliza um ambiente coletivo e assim trabalha as figuras representativas da sociedade brasileira do século XIX. O fato de o autor ter escrito seu romance com o traço marcante do naturalismo, os personagens são comparados a animais. De modo que ao descrever o cortiço, o português Miranda ouvia “a contragosto o grosseiro rumor que vinha da estalagem numa exalação forte de animais cansados” (cap. I). Ao descrever o banho das mulheres do cortiço, sinaliza que elas suspendiam “o