O Cortiço
Aluisio Azevedo
1- Foco narrativo
• O romance apresenta, como é comum na narrativa naturalista, um narrador onisciente, que tudo observa, relata, investiga. É comum o movimento narrativo que parte de um quadro geral ou vista panorâmica do ambiente para a enumeração e ou descrição exaustiva de seus detalhes (objetos, personagens, ações).
2- Tempo
• As ações do romance decorrem por volta da metade para o final do século XIX. Como é comum na literatura naturalista, o autor trata dos temas do seu tempo, retratando criticamente a sociedade em que está inserido e seus problemas.
• Algumas referências de tempo:
• no capítulo X, o título de Barão para o Miranda vem exposto no Jornal do Comércio, fundado em 1827.
• o “movimento abolicionista” é referido em mais de uma passagem do livro, e mesmo as primeiras discussões em torno da Lei Rio Branco, aprovada em 28 de setembro de 1871 e conhecida como “Lei do Ventre Livre”.
2- Tempo
• A chegada de imigrantes europeus (como os italianos que vêm morar no cortiço) ao Rio de Janeiro ocorre com força nas décadas de 1870-1880.
• Quanto à duração da narrativa e à marcação da passagem do tempo, há referências esporádicas à passagem de meses ou anos: • “Não obstante, só ficou tranquilo de todo daí a três meses, quando lhe constou a morte do velho.” (Capítulo I)
• “Durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente.“ (Capítulo II)
3- Espaço
• O cortiço localizava-se no bairro de Botafogo. Começa com três cômodos. Em seu primeiro momento, atinge um máximo de 95 casinhas. Depois do incêndio e da reconstrução como “Avenida”, chega a mais de quatrocentas. • O cortiço é descrito como um ambiente sempre movimentado, um formigueiro em constante atividade, com seus moradores se agitando sem parar.
3- Espaço
• Há referências esporádicas a outros locais do Rio de Janeiro da época: o pagode de Rita em Jacarepaguá; a rua de São João