O corte
Depois de passar longos meses sem arrumar novo trabalho, ele começa a desenvolver um comportamento cada vez mais louco e paranóico. Investiga quem são seus maiores concorrentes e passa a matá-los um por um.
Procurando mostrar ao espectador até que ponto o desemprego pode levar uma pessoa a loucura, este filme é provido de uma complexidade não somente por sua visão política, mas também pelas várias ideologias e pontos de vistas na qual podem ser interpretados pela linha de pensamento de grandes filósofos e sociólogos como Marx, Durkheim e Weber.
No que se refere ao ponto de vista de Marx quanto à alienação do trabalho, o personagem Bruno apresentava clara mostra desse conceito.
Segundo Bruno, ele era considerado uma peça chave dentro da empresa de papel, ele não se via como uma pessoa que tivesse sentimentos e satisfação própria por seu trabalho produzido; para Marx esse é um estranhamento quanto à espécie, a perda da essência humana do trabalhador que vê a sim mesmo como uma máquina ou peça, e a seus companheiros e aos demais cidadãos como uma fonte de troca de favores (uma relação dinheiro – mercadoria).
Ainda em Marx, é possível perceber no filme o trabalho estranhado quanto ao gênero. Quanto mais o mundo capitalista enriquece, mais miserável torna-se o trabalhador. No drama em questão, a mudança da sede da empresa para a Europa, clara mostra da expansão das grandes empresas no mercado capitalista, para cortar os custos, elimina o emprego de Bruno e este se vê submetido ao humilhante ritual do envio de currículos que quase nunca recebe respostas e há entrevistas mal sucedidas. É neste momento que se percebe a infelicidade e a miséria de estado de espírito na qual Bruno se encontra; afinal como um ser altamente