O Corpo no Cristianismo
O cristianismo subverteu o mundo da civilização grega, com uma visão inteiramente nova do homem e do universo.
Na Antiguidade Grega, o homem era visto como um ser pertencente ao universo físico, enquanto que na Idade Média, na visão cristã, o homem e o mundo passaram a ser vistos como criação de Deus e o homem passa a ser visto como não possuindo apenas razão , mas sentimentos e emoções e, surge como pessoa, portador de livre-arbítrio para realizar seu destino, segundo um código moral revelado por Deus.
Na passagem do mundo greco-romano, Santo Agostinho (séc. XIV e XV), vê na natureza humana um dualismo, considerando o homem uma mescla de corpo e alma, em que a alma tem primazia sobre o corpo, pois, é na intimidade da alma, na sua interioridade, é que o homem encontra a verdade.
A idéia de alma, para o grego e o latino, significava algo exterior, que explicava o movimento e a mudança e o cristão buscava o encontro com Deus transcendente e isso só seria possível na solidão da alma.
O pensamento de Santo Agostinho deixa sempre entrever menosprezo pelo corpóreo, pelas coisas materiais e terrenas e sua concepção de alma abre perspectiva para uma nova compreensão de corporalidade, um corpo penetrado pela alma, que não só anima o corpo, mas o torna sensível ao mundo exterior.
O homem, para São Thomas de Aquino (séc. XIII) é uma unidade substancial de alma e corpo. A alma é a forma do corpo e possui faculdades sensitivas e vegetativas, cujas operações são realizadas pelos órgãos do corpo.
O cristianismo trouxe uma visão enobrecedora do trabalho humano, porém, os pensadores cristãos valorizam mais a contemplação em detrimento da ação, onde a verdadeira essência do homem é sua alma.
No renascimento, o trabalho físico recupera o valor e a dignidade que lhe era atribuído nos textos bíblicos e passam a enaltecer o trabalho e o trabalhador. O homem não é considerado somente um ente razão mas também um ente vontade : possui vontade,