O Corpo na Relação Sujeito-Mundo.
Keydian Zuleide de Oliveira.
Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-Terapia de Goiânia.
Goiânia, 2012.
Introdução
Embasado na relação de adolescentes com o seu corpo e com o mundo circundante, será abordado nesta reflexão os desafios encontrados pela terapeuta na busca de compreender a vivencia da experiência de adolescentes no processo de auto mutilação, por intermédio da atitude metodológica da fenomenologia e da postura dialógica. A compreensão dessas vivencias , tornou-se uma inquietação norteadora, que delineou o objetivo da terapeuta em discorrer a respeito da temática em questão.
Coexistir em um espaço marcado pela especificidade de ser terapêutico implicava para a terapeuta, uma exigência em demarca-lo com especificidades próprias que a relação exigia. Neste sentido, vivencia-la pelo intermédio do estabelecimento de diversos ritmos de contato e afastamento, diante das barreiras impostas, que se faziam presentes no contato com as vivencias das adolescentes, justifica então, o empreendimento em compreende-las na perspectiva da Gestalt-Terapia.
Dessa forma o terapeuta torna-se um instrumento a serviço do processo terapêutico. No uso desse instrumento ele precisa desenvolver uma profunda capacidade de sintonia a fim de entrar no mundo do outro, sendo desafiado a dar significado à experiência do cliente (Hycner, 1995).
Precisa também adquirir segurança para que, segundo Yontef (1998), a qualidade da terapia e das discriminações feitas pelo terapeuta sejam orientados pela busca da awareness afim de suprir as necessidades terapêuticas do cliente. Visto que a Gestalt-Terapia requer a colocação entre parênteses dos pré-conceitos e uma resposta genuína a queixa da pessoa tratada.
Martins e Dichtchekenian (1984) Ribeiro (1985) e Hycner (1995) definem a necessidade de colocar entre parênteses, por meio do esvaziamento das verdades do terapeuta, ampliando a possibilidade de se entrar no mundo do