ALGUMAS PALAVRAS SOBRE A EXISTÊNCIA DE DEUS
- I -
Costumeiramente em Metodologia Científica diz-se que em número de quatro são os graus do conhecimento. São os conhecimentos: empírico, filosófico, científico e teológico.
O empírico é o conhecimento comum, o que se obtém no dia a dia, aquele que se adquire na vida e que constitui a denominada experiência de vida, enfim, que se obtém na empireia, vale dizer, mais vivido que conhecido, aquele que se dá na inigualável e indescritível experiência de estar no mundo. Não se pode dizer com isto que seja um conhecimento menor em qualidade a qualquer dos outros. O homem comum, aquele que não dispõe do conhecimento formal obtido nas Academias, tem uma gama incomensurável de conhecimentos que são adquiridos ao longo de sua existência ou inatos. Sem a formalidade científica e o rigor de seu método, o ser existente, pelo bom senso, atua no mundo. E é neste palco da existência que o existente se revela e se lança conhecedor de si e do mundo no qual está inserido.
O científico tem como algumas características a racionalidade, o rigor metodológico, a experimentação, a busca da certeza, mas não necessariamente da verdade, enfim é um conhecimento formal, acadêmico, que dá status a quem o possui. Há uma tendência forte em dizer que o conhecimento científico lançou por terra o empírico e sobre este, um ramo de acácia, já que nele jamais se tem o rigor que a ciência fornece.
Bachelard declara que a obtenção do conhecimento científico se dá através de um corte, que separa o conhecimento empírico da ciência. A este corte, Bachelard denomina de corte epistemológico. Em linhas gerais, porque não é este o objeto deste artigo, dirá o epistemólogo, que há uma linha de evolução do empírico até que haja o corte e a partir daí, a instauração da ciência. Assim, a ciência não se confunde com o conhecimento vulgar. E o homem comum, que não detém o conhecimento científico, no dia-a-dia, jamais conseguirá produzir um único e