O Corpo em uma Perspectiva Fenomenológica
Aproximação entre Heidegger e Merleau-Ponty.
No decorrer do artigo observamos como é considerado o corpo mediante a perspectiva Fenomenológica-Existencial. O primeiro a considerar certa carência quanto a reflexões sobre o tema é Heidegger. Merleau-Ponty traz também características a serem discutidas como a relação entre ser e tempo e entre ser e ente.
A reflexão feita com relação ao corpo se dá pela forma como ele foi concebido, essa trajetória está dividida em quatro seções. A primeira expõe a historia de nossas concepções de corpo. A segunda mostra a relação que existe entre ser e tempo no pensamento heideggeriano e como o corpo se vincula a essa relação. Na terceira apresenta aspectos do corpo segundo a visão de Merleau-Ponty e na quarta seção articulamos as concepções de Heidegger e Merleau-Ponty.
O corpo em uma perspectiva dicotômica
O corpo consolidou-se como mero acessório, e é considerado coisa, extensão e em oposição a subjetividade, a racionalidade, possibilidade de pensar.
Atualmente nossa sociedade capitalista promove uma relação com o corpo na qual o utilizamos como casa para mostrar ao mundo quem gostaríamos de ser. Essa relação mostra a dicotomia entre nós e o corpo, entre ser e aparência.
Embora nos tempos atuais o corpo é visto como nosso cartão de visitas e tratado de forma a evitarmos a ação do tempo, da impertinência e da finitude por meio de cirurgias estéticas e de outras formas de cuidado com a aparência, nossa vivencia corporal se dá nas dimensões temporal, impermanente e finita.
Situando o corpo nas noções de ser e de tempo propostas de Heidegger.
No entendimento de Heidegger o tempo é a dimensão existencial do que passa, do que se move, do que nunca permanece o mesmo, por isso os conceitos, que anulam a qualidade de impermanência do real, são atemporais.
O ser concebido como presença constante diz respeito apenas a uma de suas dimensões: a do verbo ser, que