Formação do Psicologo Clínico na Perspectiva Humanista
Fenomenológico-Existencial: Dilemas e Desafios em Tempos de Técnicas
Qual o Lugar da técnica na psicologia clínica na perspectiva fenomenológica existencial ?
Diante de uma sociedade capitalista e cada vez mais consumista as técnicas em psicoterapias breves vêm se destacando em nossa época. Esta que vivencia e valoriza os cálculos e a precisão, onde se é possível modelar e moldar o homem a seu querer. Querem também modelar a mente, uma vez que os males da alma devem acompanhar o ritmo do corpo, sendo tratados com diversos fármacos e resultados de terapias imediatistas. Ponderar, mensurar, quantificar e classificar é o que os cientistas tem feito. Diante disso Figueiredo afirma que em nossa prática estamos lidando com um ser que atribui sentido a sua existência e, portanto singular. Assim, haverá sempre algo que ficara de fora do representado. Algo que escapa às verdades estabelecidas, originadas de uma perspectiva que coisifica o homem e desconsidera sua capacidade de ser e existir num mundo de possibilidades e indeterminação. O que nós faz questionar na atitude fenomenológica até que ponto é possível desenvolver uma atitude que se ampara na existência sabendo que esta é fluida provisória e impossível de ser mensurada.
Pensamos então na formação do psicólogo clínico existencial e de como se preparar nesse processo mediante a uma técnica. Heidegger aponta o caminho para lidar com a Técnica e que pode ser pensada como uma direção a ser valorizada na formação do psicólogo. “Este caminho é um caminho de reflexão. E para chegar a esse caminho ele propõe um modo de abertura traduzido como serenidade (Gelassenheit) e que Sá (2002), interpretando o filósofo, entende que esta seria “uma postura em que a alma se coloca igualmente aberta e desapegada em presença de todas as coisas”. E continua dizendo: “a conduta e a identidade profissional do terapeuta jamais se reduzem a uma questão de escolha teórica ou do aprendizado de