O controle do tempo Thompsom
“O som era mais eficaz que a visão, especialmente nos distritos manufatureiros em desenvolvimento”. Thompsom, E. P. Costumes em Comum. Companhia das Letras. São Paulo - 1998 p.275
No século XVII ainda se usava a trompa para acordar as pessoas de manhã. Na concepção dos grandes fazendeiros e comerciantes da época do desenvolvimento das manufaturas, fazia-se necessário o controle do tempo para otimizar o rendimento do trabalho. Chegando-se a fazer doações de terra com a finalidade de pagar o sacristão para que tocasse o sino todos os dias e noites nos horários estabelecidos a fim de que os moradores ao alcance do soar do sino iniciassem seus trabalhos e deveres no tempo certo com economia e competência. Esse modo de controle do trabalho e da vida cotidiana era vislumbrado pelo embrião do capitalismo em desenvolvimento nas mentes dos poderosos empreendedores da época. Até mesmo em sua fabricação e aperfeiçoamento, segundo Thompsom podia se verificar uma busca pela peça mais eficiente, engenhosa e refinada e à altura de seus possuidores, visto que, os modelos mais caros e feitos em ouro pertenciam à gentry, aos mestres, aos fazendeiros e aos comerciantes numa demonstração de status. Pois para estes o relógio era considerado principalmente um artigo de luxo e não de conveniência. Devido ao progresso da fabricação dos relógios, principalmente os ingleses, e sua maior exatidão com inovações técnicas, foi crescente o número de artesãos engenhosos e relojoeiros que contribuíram para o desenvolvimento das primeiras fases da Revolução Industrial. Esta classe de trabalhadores e a comunidade estavam insatisfeitos com os impostos aplicados ao produto e protestavam em suas petições contra os governantes. Se queixavam também da concorrência