O Conceito de Alma no Fédon de Platão
Introdução
Nesta obra intitulada Fédon, Platão narra o último dia de Sócrates. Durante a espera da hora, em que iria ser trago o veneno que o mataria, travou uma discussão acerca da alma e sobre a morte, na qual não poderia ser compreendida como um terrível mal, e sim como o maior de todos os bens onde somente aquele que pratica a filosofia pode esperar. Com argumentos sobre a imortalidade da alma, Platão propõe uma concepção ética onde o que é priorizado são os valores ligados ao conhecimento.
A problemática da alma é abordada em vários diálogos de Platão, visto que sua teoria das ideias, sua ética, e sua política depende demasiadamente deste conceito. No Fédon há certo destaque e é explicada de maneira renitente. É considerado por estudiosos como um dos diálogos escritos na maturidade filosófica onde exprime um pensamento próprio marcado pela originalidade.
Platão, na defesa da sua teoria da alma, usa neste diálogo provas que nos leva a crer na imortalidade da psykhé (alma). Limitar-me-ei a apresentar apenas três dos argumentos. A primeira é a teoria dos contrários, onde afirma que todo contrário tem seu nascimento das coisas que lhe são contrárias. Como segundo argumento, temos a da reminiscência, na qual afirma que aprender não é outra coisa senão rememorar um conhecimento adquirido no passado. Isto mostra que a alma deve então existir em algum lugar antes de assumir a forma carnal, humana. O terceiro argumento, e último deste trabalho, é o da afinidade. Fundamenta-se na semelhança da alma com as características das ideias.
As provas sobre a imortalidade da alma Como lei geral da natureza, todo o contrário surge do seu contrário: o feio do belo, o grande do pequeno, o alto do baixo, etc.; desta maneira, pode-se concluir que assim também se dá com a vida e a morte. A vida nasce da morte e caso não o fosse haveria uma negação da lei geral da natureza. Então, os vivos nascem dos mortos e vice e versa. Para isso as