O colecionador de ossos
Diretor: Phillip Noyce
Ano: 1999
Duração: 118 min.
O ano era 2000. Era adolescente e mais liso do que sola de tênis desgastado. Vi na prateleira de uma antiga livraria que nem mais existe hoje o livro O Colecionador de Ossos. Ainda não havia visto o filme, mas sabia da repercussão dele: que era bom. Li a contra-capa e as orelhas. Quis muito comprar, mas custava à época R$ 50 reais, o que era muito dinheiro para um adolescente da minha faixa social. Deixei para lá e acabei vendo o filme com Denzel Washington e Angelina Jolie.
Passeando pela internet, deparei-me com a capa do livro novamente treze anos depois em um sebo virtual. Não pensei duas vezes. Comprei, li e não me arrependi por dois motivos: primeiro porque o livro é muito bem escrito e possui detalhes que fazem toda a diferença, detalhes esses que se postos no filme fariam da película uma novela; e segundo porque o final é diferente. Esse último detalhe já sabia porque li na época, não lembro em qual revista, que o final era totalmente diferente do mostrado na tela. De fato, o filme foi somente inspirado no livro. Não é um retrato fiel do escrito pelo autor, embora conserve os protagonistas Lincoln Rhyme e Amelia Sachs.
Lincoln Rhyme é um perito em cenas de crime. É o melhor no departamento de polícia de Nova Iorque. O trabalho dele vez ou outra é requisitado pelos agentes federais do FBI. Em certa perícia, vai a um local e é gravemente acertado por uma viga de aço que atinge a quarta vértebra da coluna, deixando-o tetraplégico com o movimento apenas dedo: o anelar da mão esquerda. A diferença do filme para o livro começa aí, já que no filme o dedo que o personagem mexe é o indicador. Não há nenhuma citação sobre a cor da pele de Lincoln no livro. No filme, o perito em dado momento diz que é um vencedor na vida, pois os pais dele não leram nenhum livro em toda a vida, já ele já tinha lido centenas. No livro, o pai de Rhyme foi um cientista, não com muito sucesso, mas que