O cinema em Sala de Aula
O Nome da Rosa de Jean-Jacques Annaud
A interpretação de uma imagem não é jamais uma descrição literal, pois instiga a percepção do observador, ultrapassando as diretrizes traçadas pelo educador: “Ser educador hoje é buscar o visível [ou invisível] que se esconde nas imagens da linguagem. (GUIMARÃES, 2000, p.8).
É interessante observar que, apesar da problematização da especificidade da linguagem cinematográfica no caso dos filmes históricos exibidos em sala de aula, uma preocupação geral dos estudantes e do meio acadêmico diz respeito à fidelidade da reconstituição histórica de uma determinada época (MONGELLI, 2009, p.10).
Nenhuma película de natureza histórica deve oferecer-se ao público até que um reputado historiador a tenha criticado e corrigido (apud NÓVOA, 2008, p.27).
O Nome da Rosa (1986) é um filme cuja fidelidade histórica à época medieval é ressaltada por muitos estudiosos do cinema. (OLIVEIRA, 2011, p.32).
A versão fílmica de O Nome da Rosa um “retrato da realidade com a máxima fidelidade” (NÓVOA, 2008, p.30).
Nos créditos de abertura de O Nome da Rosa aparece na tela o aviso: “um palimpsesto da novela de Umberto Eco”. O termo grego palimpsesto refere-se a um manuscrito que foi apagado para que um segundo texto pudesse ser escrito sobre ele, mas com traços do texto original remanescente. (OLIVEIRA, 2011, p.33).
Um filme baseado em um romance é a transcodificação deste, “propondo significar visualmente um conjunto de significações verbais” (FLORY; MOREIRA, 2006, p.45).
Lembro que no medievo o riso era concebido uma característica que marcava a inferioridade do homem diante de Deus e a sua diferença e superioridade sobre outros animais (SUCHOMSKY apud ALBERTI, 1995, p.05).
A mesma Igreja que tenta controlar com “mão-de-ferro” a produção e a difusão do conhecimento, também reserva um espaço e seus melhores homens para a preservação e produção do