O cidadão de papel
A violência sempre tem seu lugar reservado nos principais meios de comunicação. Ela não seleciona a vítima nem local e data. Nas escolas ela vem se destacando. Em São Paulo muitas gangues de adolescentes atacam estudantes, chegando até a matar se necessário, para levar objetos pessoais. Em defesa, alguns estudantes vão armados para a escola, pensando estarem mais seguros. A maioria é a favor da pena de morte, revelando mais um desejo de vingança do que de justiça. Muitos são os tópicos para a violência crescente, como, o desemprego, falta de escola, inflação, migração, desnutrição, desrespeito sistemático aos direitos humanos. A cidadania brasileira é garantida nos papéis, mas não existe de verdade. É a cidadania de papel. As conseqüências afetam o presente e o futuro com a pobreza constante, fraco desenvolvimento econômico, altas taxas de crescimento populacional e destruição ambiental. Andar pelas ruas da cidade e defrontar com meninos de rua tornou-se cena comum do cotidiano, mas na verdade é pura ausência de cidadania. O sintoma mais claro da crise social. Um círculo vicioso, já que os pais são pobres e não conseguem garantir a educação dos filhos. Eles vão continuar pobres, pois não arrumam bons empregos. E logo, seus filhos também não terão condições de progredir. As principais vítimas são as crianças e os idosos vivendo numa sociedade que não os respeitam. Falta bom senso com a cidadania. Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder expressá-la. O direito de ter direitos é uma conquista da humanidade. Lutou-se pela idéia de que todos os homens merecem a liberdade e de que todos são iguais perante a lei. Trabalhadores em todo mundo ganharam direitos. As mulheres passaram a poder votar, marco da cidadania. Em 1948, surgiu a Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Com essa declaração, além da liberdade de votar,