O ciclo do brasil 1503
O pigmento responsável pela cor (substância depois denominada “brasilina”) era utilizado para tingidura desde a Idade Média. No século 16, seu valor comercial tornou-se tão grande que influiu na disputa por novas terras, entre franceses, holandeses e portugueses. Botanicamente, trata-se de árvore da família das leguminosas, pertencente à espécie Caesalpinia echinata (nome derivado dos numerosos espinhos que possui no tronco), praticamente extinta no século 20.
Em sua segunda expedição (1503) às terras encontradas três anos antes, Américo Vespúcio enviou a dom Manuel, rei de Portugal, um relatório informando que entre as riquezas procuradas as de maior proveito eram “infinitas árvores de pau-brasil”. Realmente, quando os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram nas matas atlânticas da região do Espírito Santo e da Bahia uma enorme quantidade de madeira de lei (caviúna, jacarandá e outras), especialmente uma árvore alta (8 a 10 metros e diâmetro de 80 centímetros), dura e resistente, cujo cerne tinha intensa coloração vermelha, da cor de brasa. Por isso, recebeu o nome de pau-brasil.
Logo após o regresso da expedição de Américo Vespúcio, dom Manuel colocou o comércio do pau-brasil sob monopólio da Coroa, mas os lucros obtidos com sua exploração eram bem inferiores aos que Portugal vinha conseguindo apurar com as especiarias trazidas da Índia. Assim, a extração da madeira foi entregue a uma companhia particular que se obrigou a vender todo o produto à Coroa, tendo-se estabelecido, para isso, um consórcio comercial de cristãos novos (de origem judaica) chefiados por Fernando