O Centro do Rio de Janeiro - O Berço do Rio.
Quando, em 1919, assumiu a presidência da República o paraibano Epitácio da Silva Pessoa, uma de suas primeiras providências no cargo foi a de nomear para Prefeito do Distrito Federal o engenheiro Carlos Sampaio e incumbi-lo de organizar a “Exposição Internacional Comemorativa do
Centenário da Independência do Brasil” a ser realizada em 1922. Objetivava tal mostra não só afirmar ao mundo as potencialidades brasileiras nos diversos setores da vida nacional, como, obviamente, atrair novos mercados.
Após algumas hesitações, decidiu o prefeito pela realização da exposição no sítio do morro do Castelo, local onde Mem de Sá refundou a cidade do Rio de Janeiro em 1567, trazendo-a do morro Cara-de-Cão, onde Estácio de Sá a fundara dois anos antes. Não se deram ouvidos à tradição ou a história, nem se levou em conta que existiam diversos sítios ainda desocupados na cidade, mormente nas zonas sul e norte, onde a mostra poderia ter sido realizada sem maiores gastos. Mas, tomada a decisão, arrasou-se o morro em menos de dois anos e fez-se a exposição.
Em fins de 1922, o Prefeito Carlos Sampaio podia se gabar de ter realizado um feito julgado impossível por quase todos os seus contemporâneos. Em menos de dois anos arrasara o velho Morro do Castelo e obtivera terreno mais que suficiente para a grande Exposição do Centenário da
Independência do Brasil. Malgrado poucos protestos, dentre os quais, de Monteiro Lobato, a população carioca assistiu passivamente e, muitos até, aprovaram a demolição do histórico morro. A imprensa martelava diariamente que era necessário fazê-lo, os higienistas afirmavam que a ventilação da cidade melhoraria com a remoção do promontório, as elites insistiam que lá não havia nada que prestasse, e que seus habitantes viviam à sombra da lei.
Enfim, era uma época de arraigados preconceitos e estes se fizeram valer.
Claro, ninguém citava que o verdadeiro motivo para o arrasamento estava nos interesses imobiliários que a