O capital
Continuação do capítulo 11 - pág. 406
Cooperação
A direção capitalista é dúplice em seu conteúdo, em razão da duplicidade do próprio processo de produção a ser dirigido (que é por um lado, processo social do trabalho, e por outro, processo de valorização do capital) e despótica em sua forma.
Com o desenvolvimento da cooperação em maior escala, o despotismo do capitalista desenvolve suas formas próprias. O capitalista passa a transferir a função da supervisão direta e continua dos trabalhadores individuais e dos grupos de trabalhadores a uma espécie particular de assalariados (algo como gerentes, cargo de confiança?).
A força produtiva que o trabalhador desenvolve como trabalhador social é força produtiva do capital.
A forma de cooperação capitalista pressupõe o trabalhador assalariado, livre, que vende sua força de trabalho ao capital.
A cooperação é a primeira alteração que o processo de trabalho efetivo experimenta em sua subsunção ao capital. Tal alteração ocorre natural e espontaneamente.
A cooperação aparece como forma especifica de trabalho do capitalismo, se contrapondo aos trabalhadores individuais ou mesmo dos pequenos mestres.
O pressuposto da cooperação, a ocupação simultânea de um número maior de trabalhadores assalariados no mesmo processo de trabalho, constitui o ponto de partida da produção capitalista.
Se o modo de produção capitalista se apresenta, por um lado, como uma necessidade histórica para a transformação do processo de trabalho num processo social, essa forma social do processo de trabalho se apresenta, por outro lado, como um método empregado pelo capital para explorá-lo de maneira mais lucrativa, por meio do aumento da sua força produtiva.
A cooperação simples continua a predominar naqueles ramos de produção em que o capital opera em grande escala, sem que a divisão do trabalho ou a maquinaria desempenhe um papel significativo.
A cooperação continua a ser a foram básica do modo de produção