O caminho dos tropeiros A mineração marcou a economia brasileira do século XVIII. As primeiras jazidas foram encontradas em Minas Gerais. Com esta atividade houve várias consequências, como o deslocamento do eixo econômico do Nordeste para o Centro-sul, a formação de cidades. Com a exploração de jazidas, a região sul, passou a interessar ainda mais aos portugueses. Os sulistas criavam gado bovino (para produção de carne e couro) e animais utilizados para tração ou transporte, que iriam abastecer a região mineradora. Foram abertos caminhos pelo interior ligando o Sul até São Paulo, onde o gado era comercializado. Foi assim que surgiu o tropeiro, indivíduo responsável pelo transporte do gado que abastecia as ricas Minas Gerais. Ao longo do caminho das tropas, do sul até São Paulo, surgiram vários povoados. Além disso, o pouso de tropas e a busca de novas pastagens deram origem a cidades como Lages, Curitibanos, São Joaquim e Campos Novos. A instalação de um posto de cobrança de impostos às margens do rio Negro, onde os tropeiros eram obrigados a parar, favoreceu a formação de um novo povoamento, origem da atual Mafra. Assim o pastoreio e todas as atividades a ele ligadas, foram responsáveis pelo aparecimento de uma estrutura social e econômica no planalto ocidental de Santa Catarina. Com o objetivo de solucionar antigas disputas entre portugueses e espanhóis, foi assinado em 1750 o Tratado de Madri que anulou a linha divisória estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas. O Tratado de Madri definiu muito da atual configuração do território brasileiro. Portugal e Espanha contribuíram para a cartografia sul-americana com as investigações para a demarcação do tratado. Definiu-se o reconhecimento aprofundado do território do oeste catarinense, quanto ao curso do rio Peperiguaçu e outros afluentes do rio Uruguai. Com este novo Tratado o planalto catarinense era integrado oficialmente aos domínios portugueses. Neste contexto de expansão territorial portuguesa é fundada.