No caminho das tropas
Tropeiros venciam mais de 1.500 quilômetros dos pampas sulinos até Sorocaba/SP
A primeira rota regular dos campos sulinos às demais regiões do Brasil Colônia foi o caminho aberto, no final do século 17, ligando as vilas de Sorocaba e Curitiba, pertencentes à então Capitania de São Paulo. Dos currais curitibanos vieram as primeiras manadas de gado bovino e cavalar, conduzidas pelos próprios fazendeiros. Era o embrião do tropeirismo.
O volume de animais não supria a elevada demanda por carne e transporte, decorrente da exploração de ouro na região das Minas Gerais. O olhar voltou-se mais para o Sul, para a chamada Vacaria do Mar (Leste dos atuais estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entre a Lagoa dos Patos e o rio Negro), onde jesuítas espanhóis criavam animais para manutenção das reduções (aldeamentos jesuítas de índios pacificados, que serviam como mão-de-obra).
Nas muitas vezes em que as reduções foram arrasadas pelos bandeirantes paulistas, sobraram apenas bois, cavalos e mulas abandonados, que se multiplicaram desenfreadamente e se espalharam pelos campos sulinos, ficando conhecidos como gado alçado ou chimarrão.
Para alcançar esses animais os tropeiros abriam picadas ou seguiam por antigas trilhas indígenas. O percurso era genericamente chamado de Caminho das Tropas e se dividiu em três vias principais: os Caminhos do Viamão, Novo da Vacaria e o das Missões.
As rotas
O primeiro caminho foi o do Viamão, aberto em 1730 numa expedição oficial, comandada pelo sargento-mor Francisco de Souza e Faria. Em 1732, Cristóvão Pereira de Abreu, um rico negociante, reuniu diversos homens para fazer a retificação da rota de Souza e Faria, além de construir dezenas de pontes para facilitar o trânsito dos animais.
A comitiva inaugural do Caminho do Viamão contou com 130 homens e conduziu 1.300 cabeças de mulas e cavalos, a maioria proveniente da captura de animais soltos ou da pilhagem de criatórios dos jesuítas. A tropa tinha