O Caminho das Bandeiras Paulistanas

O Caminho das Bandeiras Paulistanas

A notícia da existência de ouro e outros metais preciosos no interior do Brasil se disseminou rapidamente pelo país e chegou até Portugal através das correspondências enviadas pelas autoridades portuguesas instaladas no Brasil. O interesse pelas jazidas descobertas, o maior manancial até então encontrado, fez com que, aproximadamente 800 mil pessoas se descolorassem das regiões litorâneas em direção às minas e aos garimpos. Essa corrida do ouro, a primeira da era moderna, provocou, pela primeira vez no Brasil colonial, o surgimento uma nova classe de profissionais. Eram eles artesãos, comerciantes, funcionários e militares. Além do aspecto econômico, mudanças culturais e sociais fizeram surgir também uma classe de artistas e músicos, além da poderosa classe dirigente que enriquecera com o ouro. Além das inúmeras e importantes transformações, o principal efeito dessas descobertas sobre Brasil Colônia foi a formação de uma nova ordem geográfica, na medida em que deslocou definitivamente o centro da atividade econômica do país. Essa movimentação provocou o surgimento de aldeias e povoados nos caminhos que, por sua vez, também eram recentes. A busca por ouro levou para o interior do Brasil todo o tipo de aventureiros. Foi em São Paulo que surgiram as primeiras “bandeiras”, espécies de empresas itinerantes que agrupavam pessoas de espírito desbravador motivadas pela oportunidade de enriquecimento. Essa classe de homens, os bandeirantes, essencialmente paulistas, já mostrava forte inclinação para a iniciativa privada, colocando São Paulo na vanguarda econômica desde então. As bandeiras muito representaram no estabelecimento de limites territoriais e na configuração de fronteiras, uma vez que se dirigiram às áreas desabitadas no interior do continente. Os bandeirantes, pioneiros nessas incursões, foram os primeiros a transportar cargas e víveres ao se deslocarem para as regiões do garimpo e entorno.