O Cabelo que me penteia
DRE: 110136757
E-mail: je.nonato@hotmail.com
Curso: Licenciatura em Ciências Sociais
Professora: Daniela Manica
Disciplina: Laboratório de Redação Monográfica
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O Cabelo que me penteia.
Jéssica Nonato1
Resumo: Este artigo tem como foco discutir a relação da criança negra com o cabelo crespo e como a escola interfere nessa relação. Tomei como ponto de partida olhar para o cabelo não apenas como um adorno de embelezamento, mas como símbolo de afirmação ou descaracterização da estética negra. Ao longo do texto serão apresentadas algumas falas de crianças, que apontam as concepções que elas têm acerca do cabelo crespo. Abstract: The objective of this article is to discuss the relationship between the afroamerican kids, their curly hair and how the school in interferes in this relationship. I chose to look to the curly hair not only as a beauty attribute, but as a symbol of statement or refusal of the black aesthetics. Throughout the text, will be presented some children’s speeches, indicating their conceptions about the curly hair.
Palavras chaves: estética negra; cabelo crespo; criança negra; etnicidade; relações raciais. Key-words: black aesthetics; curly hair; afro-american child; ethnicity; racial relationships. Introdução
“Cabelo de Bombril”, “pixaim”, “cabelo ruim” são alguns dos adjetivos usados para desqualificar o cabelo crespo. Os sinais do corpo negro são comparados aos sinais do corpo branco europeu, sendo o segundo o que formula o padrão de beleza que ainda se estabelece como ideal em nossa sociedade. Tomando o cabelo como um desses sinais, observa-se que o cabelo crespo é inferiorizado quando comparado ao cabelo liso.
Nilma Lino Gomes em seu artigo “Corpo e cabelo como símbolos da identidade negra” diz que o cabelo é marca do sujeito negro, que tem a identidade negra construída através corporificação e materialização e o cabelo é o ponto que faz parte do processo da construção da identidade