O BRINCAR VIRTUAL
A construção da imagem se dá a partir das experiências, sensações e percepções que o indivíduo vivencia. O brincar é uma das atividades possibilitadoras dessa autoimagem, a qual a criança utiliza como forma de se definir como um sujeito inserido no mundo. O brincar pode ser dividido de duas formas, sendo o brincar virtual, que se refere aos jogos de internet, videogame e televisão, onde não há uma interação direta entre pessoas; o segundo tipo do brincar é o modo concreto, no qual a criança é inserida em um espaço físico, onde ela manipula os objetos (brinquedos) e estimula o próprio corpo através dos jogos corporais.
Através das atividades lúdicas, as crianças podem exercitar suas habilidades por meio da troca de papéis, desta forma é possível experenciar prazeres e angústias, aprender lidar com sentimentos e também exercer sua capacidade criativa. As relações que a criança tem com o mundo são favorecidas quando o corpo consegue integrar as experiências com a coordenação motora, percepção e representação, conseguindo então organizar seu esquema corporal. Quando a criança está brincando com um objeto, uma bola por exemplo, ela tem que se deslocar dentro de um espaço físico, tocar e sentir um brinquedo que também é físico e consequentemente se relacionar com mais jogadores, o que resulta em uma organização da capacidade motora e percepção do ambiente.
As atividades virtuais privam as crianças de se interagirem com esse espaço físico, pois existe ali uma projeção de um objeto, onde um sistema é que constrói a imagem de um objeto inexistente. Baudrillard (1997) afirma que a virtualidade põe em risco as questões da concretude do espaço físico, ameaçando as condições de sociabilidade entre os indivíduos. Os jogos virtuais faz com que a capacidade imaginativa da criança seja limitada pois as imagens que aparecem da tela do computador apenas respondem aos comandos que as