O bom conselho (Chico Buarque)
Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, que espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade (BUARQUE, 2011)
Avaliação
1- Identifique no texto, os seguintes elementos da comunicação:
Emissor – autor do texto (Chico Buarque)
Receptor – ouvinte (a quem a mensagem se dirige)
Código – (mensagem que deve ser decodificada), é o aconselhamento de não se esperar as coisas sentado, porque senão jamais acontecerão. Ou seja, se queremos alguma coisa, temos que lutar por isso.
2- Responda: qual a função da linguagem predominante no texto?
Há predominância da função conativa ou apelativa quando, na linguagem, há, por parte do emissor, o desejo de atuar sobre o receptor, levando-o a uma mudança de comportamento. E isso pode acontecer por meio de uma ordem, um apelo, uma sugestão, uma súplica. Trata-se, portanto, de uma função usada quando se pretende atrair a atenção do receptor e influenciá-lo a receber a mensagem. Na função apelativa, os verbos aparecem no modo imperativo e os vocábulos são cuidadosamente escolhidos a fim de envolver o receptor. Em vários momentos do texto, o emissor dirige-se diretamente ao destinatário, procurando influenciar sua maneira de ser e de agir. Prova disso são os imperativos "ouça", "espere", "venha", "deixe", "brinque", "faça", "aja". Nesses momentos prevalece a função conativa ou apelativa.
A publicidade, nos dias de hoje, usa (e, em muitos casos, abusa) a função apelativa da linguagem.