O behaviorismo radical é uma filosofia do corpo?
Camila Leal Martines; Carolina Laurenti; Carlos Eduardo Lopes. calealmartines@hotmail.com Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá.
Resumo
Na sociedade ocidental, o conceito de “corpo” sofreu transformações que conferem a ele uma história. Essas mudanças mostram como a noção de corpo foi ganhando proeminência no decurso da história ocidental em relação ao conceito de mente. Se antes o corpo era fonte de corrupção e a mente o lugar da racionalidade e perfeição, agora a mente passa a ser definida em termos corporais. Tendo em vista o papel capital que o corpo desempenha na contemporaneidade, o objetivo geral desse trabalho é examinar como o Behaviorismo Radical pronuncia-se sobre a questão da mente e, mais especificamente, sobre a noção de corpo. Após a descrição de uma breve história do corpo, o trabalho dedica-se a um exame do Behaviorismo Radical como filosofia da mente. Embora os analistas do comportamento tenham mostrado de maneira consistente a possibilidade de a teoria skinneriana tratar da mente, o mesmo não parece acontecer com respeito ao corpo. Em outras palavras, parece que a concepção de mente ainda prevalece sobre conceito de corpo como item de estudo dos analistas do comportamento. Não obstante, o trabalho segue discutindo algumas acepções de corpo encontradas em textos skinnerianos e de comentadores da área. Desse panorama interpretativo, conclui-se que, apesar dos esforços em se conceber uma definição behaviorista radical de corpo, essa discussão ainda permanece aquém de um conceito tão complexo, se nem tanto em conteúdo, pelo menos em número e profundidade. O corpo permanece, ora isolado em relação ao organismo, ora como base de uma discussão acerca da mente. É preciso, pois, voltar-se positivamente para a problemática do corpo no Behaviorismo Radical.
Palavras Chaves: corpo, Behaviorismo Radical, problema mente-corpo, organismo.
Uma breve história do corpo