O ato de ler
O ato de ler assume diversas práticas dentro do universo da leitura. Cada leitor em cada leitura busca diferentes objetivos na leitura movida por forças motrizes distintas. Ler significa não só ver as letras do alfabeto e juntá-las em palavras, mas também estudar a escrita, mas também decifrar, interpretar, reconhecer e percebe o sentido.
À medida que um bom leitor descobre o significado literal de uma passagem, ele se envolve em vários passos, isto é, faz referência, vê implicações, julga a validade qualidade, eficiência ou adequação das idéias, compara os pontos de vista de autores diferentes, aplica as idéias adquiridas às novas situações, soluciona problemas e integra as idéias lidas com as experiências prévias.
No processo de ensino-aprendizagem dos diferentes ciclos do ensino fundamental, espera-se que o aluno amplie o domínio ativo do discurso nas diversas situações comunicativas, sobretudo nas instâncias públicas de uso da linguagem, de modo a possibilitar sua inserção efetiva no mundo da escrita, ampliando suas possibilidades de participação social no exercício da cidadania. (PCN/LP, 1997).
Nessa perspectiva, espera-se que a escola contribua para que o aluno se desenvolva enquanto cidadão crítico e socialmente atuante. No entanto, Geraldi (1997), na escola de hoje, muitas vezes a leitura realizada é aquela em que um dado texto funciona como pretexto para outras atividades, tais como produção escrita, dramatização e ilustração. Nesse tipo de leitura, é o pretexto, ou seja, a atividade a ser realizada a partir da leitura, que irá definir o tipo de interlocução que se estabelece entre o leitor e o texto, substituindo dessa forma, a fruição do texto por uma produção.
Segundo a referida autora, tal prática é fruto da preocupação com o controle dos resultados, e refle a “ideologia da atividade produtiva” (GERALDI, 1997, p. 97) na qual a escola se banha: estando a escola inserida no modo de produção capitalista, sua forma