O ato de estudar
Paulo Freire, educador da atualidade, diz que estudar é um trabalho difícil. Exige uma posição crítica, sistemática. Demanda uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a. O renomado mestre comenta também que os estudantes, hoje em dia, são levados a utilizar uma forma de leitura mecânica, a qual não exige a compreensão do conteúdo, e sim a memorização. O ato de ler, que é um ato de concentração, exige distanciamento e reflexão. É um ato que só se realiza mediante os procedimentos lógicos de análise, síntese, interpretação, juízo crítico. Para compreendermos a mensagem de um texto, precisamos dedicar um espaço de tempo e nos submetermos a uma séria disciplina de trabalho. Para isso, podemos seguir, segundo Leda Miranda Huhne, diversas etapas, tais como a leitura exploratória, que consiste na fase em que se deve prestar atenção à diretriz do pensamento do autor. Depois, passar para a fase da leitura analítica, a qual consiste no exame do texto, tentando perceber o quê e como ele apresenta o assunto. Por conseguinte, ir à etapa da leitura interpretativa, cujo ato de compreender se afirmará no processo da interpretação, que expressará a nossa capacidade de assimilação e crítica do texto. Por fim, passar à etapa de problematização, que será o levantamento dos problemas do texto, o qual nos dará elementos para a reflexão pessoal e debate em grupo. O ato de estudar é um ato lógico, que exige uma consciência e um domínio dos processos intelectuais próprios à abordagem dos problemas. Para essa abordagem, muitas vezes nos utilizaremos das críticas, as quais possuem a finalidade de explicitar o implícito nas obras de pensamento e também mostrar o que não estiver coerente nas ideologias. A crítica não é, portanto, um conjunto de conteúdos verdadeiros, mas uma forma de