O arcadismo e o confronto brasil x portugal
O Arcadismo no Brasil foi cultivado na poesia épica, lírica e na modalidade satírica. Foram produzidas algumas epopéias – poemas que narram histórias de um povo ou uma nação, envolvendo aventuras, guerras, gestos heróicos, viagens, apresentando um tom de exaltação de heróis e suas ações. Muitas delas seguiam o modelo de Camões, uma vez que a literatura árcade buscava a retomada dos modelos clássicos, daí também ser denominada de
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Neoclassicismo, um novo Classicismo. Uma das epopéias mais importantes desse período foi a de Frei José Santa Rita Durão, intitulada O Caramuru: poema épico do descobrimento da
Bahia, publicada em 1781.
Essa obra narra as aventuras de Diogo Álvares Correia, náufrago português, que salvo da antropofagia, graças ao disparo de sua arma, passou a viver entre os índios e exercer importante papel na colonização das terras baianas. É um poema preso ao modelo de Camões, sendo formado por dez cantos, constituídos de versos decassílabos estruturados em oitavas rimas, ou seja, estrofes fixas de oito versos que seguem o mesmo esquema de rima, no caso abababcc. Possui passagens ostensivamente imitadas de Os Lusíadas de Luís de Camões, e segue a divisão tradicional da epopéia como a divisão em cinco partes (proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo).
Essa epopéia apresenta três elementos básicos: a colonização, a natureza e o índio.
Podemos perceber a