O amor modernista
O Amor
Modernista
Antologia Poética
Carlos Drummond de Andrade
Cecília Meireles
Vinicius de Moraes
Mario Quintana
Ary Albuquerque
O Amor
Modernista
Antologia Poética
Carlos Drummond de Andrade
Cecília Meireles
Vinicius de Moraes
Mario Quintana
Ary Albuquerque
Sumário
“E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.”
(1 Coríntios 13:2)
Prefácio
Caro leitor
Este trabalho reúne poemas modernistas que falam de amor. Que é um sentimento que você provavelmente já vivenciou. É repleto de fases e por isso você pode se identificar mais com um poema do que com outro e amanhã mudar de ideia. Mas independente disso se você vive este privilégio e é correspondido desfrute intensamente deste momento e leia para essa pessoa os poemas na qual te faça lembrar a mesma.
Carlos Drummond de Andrade
Estância
Amor? Amar? Vozes que ouvi, já não me lembra onde: talvez entre grades solenes, num calcinado e pungitivo lugar que regamos de fúria, êxtase, adoração, temor. Talvez no mínimo território acuado entre a espuma e o gnaisse, onde respira
- mas que assustada! uma criança apenas. E que presságios de seus cabelos se desenrolam! Sim, ouvi de amor, em hora infinda, se bem que sepultada na mais rangente areia que os pés pisam, pisam, e por sua vez - é lei - desaparecem.
E ouvi amar, como de um dom a poucos ofertado; ou de um crime.
De novo essa vozes, peço-te. Escande-as em tom sóbrio, ou senão, grita-as à face dos homens; desata os petrificados; aturde os caules no ato de crescer; repete: amor, amar.
O ar se crispa,